E, pronto, acabou a encenação de Gilberto Madaíl. Ele começou por se remeter ao silêncio depois do soco de Scolari, que não tocou em "nem um cabelinho" e que foi dado só para "defender o nosso minino, o Quaresma".
A custo, quase 48 horas depois de um vergonhoso silêncio, lá veio dizer que tinha sido feio mas que estava colocada de parte qualquer "decisão radical".
Depois, por absurdo, ainda veio na semana passada, com ar grave e sério, dizer que não era "dono da Federação", recomendando "paciência e compreensão" aos jornalistas. "Eu não sou dono da Federação. Não posso tomar uma decisão, tenho de ouvir os meus colegas de direcção", disse, remetendo para terça-feira, hoje, dia de reunião de urgência para analisar o caso "Socolari".
Hoje, por fim, sorridente, anunciou que "por unanimidade" a FPF decidiu apoiar o recurso do seleccionador nacional. Podia ter poupado o país a mais um seu triste espectáculo. Mas não, preferiu a novela. No capítulo final, ainda teve algumas tiradas fantásticas: "A direcção da FPF não é ingrata, eu não sou ingrato e o povo não é ingrato."
Madaíl não percebeu nada do que aconteceu: ninguém está a avaliar o muito que Scolari deu à selecção nacional. Os portugueses não são, de facto, ingratos e os resultados de Felipão falam por si. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Scolari podia ter até ganho o Euro'2004 e o Mundial de 2006. Mas a um seleccionador com o seu currículo e experiência não se pode admitir uma agressão a um jogador adversário. Ponto.
Preocupado com os "inflamados comentadores", a quem não pára de responder, Madaíl responde com a cereja no topo do bolo: "Todas as sondagens, todos os estudos de opinião e todos os inquéritos demonstraram um apoio esmagador de Portugal a Luiz Felipe Scolari". Todas as sondagens? Mais todos os estudos de opinião? E ainda mais todos os inquéritos? Todos juntos? Talvez seja mesmo altura de incluir em todos eles a pergunta que faltava: "não terá Madaíl já esgotado o prazo de validade"?
1 comentário:
Nem mais. Está tudo dito! Onde é que se vota?
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